Uma romântica bem realista

Ah...Não nos contaram

 
 
Hoje é o momento ideal pra falar de sacanagem. 
Mas nada de ménage à trois, sexo selvagem
e práticas perversas, sinto muito.
Pretendo, sim, é falar das sacanagens que fizeram com a gente.
Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,  amor pra valer, 
só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. 
Não nos contaram que amor não é acionado nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, 
e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. 
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida 
merece carregar nas costas a responsabilidade de completar 
o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um",
duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. 
Não nos contaram que isso tem nome: anulação. 
Que só sendo indivíduos com personalidade própria 
é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório 
e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, 
que os que transam pouco são caretas, 
que os que transam muito não são confiáveis, 
e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz,
a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, 
são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, nem contaram que ninguém vai contar. 
Cada um vai ter que descobrir sozinho.
E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo,
vai poder ser muito feliz se apaixonar por alguém.
 
 

3 comentários:

Anônimo disse...

Um dia, sem que as cores ainda estivessem definidas,
sentíamos as belezas da vida,
e sonhávamos com construções mirabolantes,
o futuro, tão ansiado e muito distante,
de repente ficou perto
e vivemos enfim o que nunca sonhamos...

Um dia, quando em jovialidade não sabíamos o que era preocupação,
queríamos viver a vida, tendo na mão a outra mão.
A mão amada que caminharia junta,
a mão segura que desempenharia a luz,
a mão amiga que seguraria na dor...
Passou!
E a mão segura e tão delineada...pode ainda persistir... em sonhos.


...Assim se dá a vida também:
uma gama de mirabolantes planos e anseios
despencados por precipícios o ano inteiro .
Anos...
Anos....
Sai dezembro, entra janeiro,
Onde estão os planos que em outrora o queríamos depressa! Logo! Ligeiro!?

Anônimo disse...

...O nome do anônimo é:
Carlos Felipe de oliveira rsrsrsrsrs

Simone disse...

Obrigada Felipe pela visita e comentário, adoro o que escreve e espero em breve poder visitar teu blog amigo!beijos

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